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Audiencia del Papa a los participantes en la 6ª Reunión Mundial del Foro de los Pueblos Indígenas. Foto: VaticanNews

O Papa exorta os Estados a reconhecerem os Povos Indígenas do mundo

13 fevereiro, 2023

“Ignorar as comunidades originárias na salvaguarda da terra é um grave erro, é funcionalismo extrativista, para não dizer uma grande injustiça. Em vez disso, valorizar seu patrimônio cultural e suas técnicas ancestrais ajudará a embarcar em caminhos para uma melhor gestão ambiental”, disse o Papa Francisco.

Esta declaração foi feita no dia 10 de fevereiro, no âmbito de um encontro que ele realizou com líderes indígenas de várias partes do mundo presentes em Roma por ocasião do 6. encontro Global do Fórum dos Povos Indígenas, promovido pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

O Sumo Pontífice também expressou que: “devemos ouvir mais os povos indígenas e aprender com seu modo de vida para entender adequadamente que não podemos continuar devorando avidamente os recursos naturais, porque ‘a terra nos foi confiada para que possa ser para nós Mãe, Mãe Terra, capaz de dar o que é necessário a cada um para viver’. Portanto, a contribuição dos Povos Indígenas é fundamental no combate às mudanças climáticas. E isso está cientificamente comprovado”.

Essas afirmações do Papa são consistentes com a construção conceitual desenvolvida em sua encíclica Fratelli Tutti do ano 2020, onde, entre outras mensagens relevantes, afirma-se que: “Neste mundo que corre sem um rumo comum, respira-se uma atmosfera em que «a distância entre a obsessão pelo próprio bem-estar e a felicidade da humanidade partilhada parece aumentar: até fazer pensar que entre o indivíduo e a comunidade humana já esteja em curso um cisma. (…) Porque uma coisa é sentir-se obrigado a viver juntos, outra é apreciar a riqueza e a beleza das sementes de vida em comum que devem ser procuradas e cultivadas em conjunto”.[1]

Nesta construção de um mundo diferente, o Papa afirma claramente que os povos indígenas têm um papel de liderança, e por isso expressou que: “… Peço aos governos que reconheçam os povos indígenas de todo o mundo, com suas culturas, línguas, tradições e espiritualidades, e que sua dignidade e direitos sejam respeitados com a consciência de que a riqueza de nossa grande família humana consiste justamente em sua diversidade.”

A nota oficial do Vaticano informa que, antes de concluir seu discurso, O Santo Padre espontaneamente dirigiu algumas palavras aos líderes indígenas presentes e falou-lhes sobre o “buen vivir” que, não é o “dolce fare niente”, o “doce Vita” da burguesia destilada.

“Saber se mover em harmonia, é isso que dá a sabedoria que chamamos de viver bem. A harmonia entre uma pessoa e sua comunidade, a harmonia entre uma pessoa e o meio ambiente, a harmonia entre uma pessoa e toda a criação.”

Por sua vez, os indígenas presentes compartilharam com o Papa uma mensagem na qual o convidam a caminhar juntos denunciando injustiças, lutando pela paz e promovendo relações sociais mais justas, respeitosas com as diversas culturas que existem no planeta comum.

[1] Carta encíclica Fratelli tutti do santo padre  Francisco sobre a fraternidade e a amizade social. https://www.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20201003_enciclica-fratelli-tutti.html